terça-feira, 13 de abril de 2010

Saudades de vovó


Quando vovó morreu,
Papai nem imaginava,
Que um dia,
Eu estaria por aqui.

Já faz tanto tempo.

Mas passe o tempo que for,
As lembranças sempre permanecerão pra ele.

Era fim de ano,
E as cigarras já começavam a cantar.

E então, vovó se foi.
Papai a carregou nas costas,
Sozinho.
Sofrendo a dor da perda,
Da morte,
da impotência,
a dor da saudade.

Tentou apagar da memória aquela cena.
Impossível.
Pois bastava uma cigarra cantar,
E ela voltava à sua memória.

Ainda hoje, ouço a prece de papai,
quando o fim de ano chega.

"Cigarra,
Só te peço uma coisa.
Não peço que pare teu canto,
Altivo, formoso em encanto.
Só peço que cante baixinho,
pra que eu não sinta mais a dor,
De não ver mamãe,
A quem amava tanto!"

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