terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Foi meio Almodóvar...

Eu não consigo trabalhar sem escutar música.
É como uma terapia. Me relaxa, me inspira a criatividade, me eleva a lugares mais calmos e brandos.


Numa dessas tardes de trabalho, regadas a muita MPB, ouvi a voz do Lenine e de mais um cantor que não consegui reconhecer, dizendo: "Foi curto e intenso/Canção de Caymmi/Foi meio Almodóvar/Foi meio Fellini".


Na hora, eu já pensei: fantástico! O cara me lançou cultura e cinema do meio de uma música sobre amor e ficou muito bom!


Depois, com mais tempo, descobri que o autor da música, é o Juca Novaes, que faz parte do quarteto original dos Trovadores Urbanos, e que lançara seu primeiro álbum solo, chamado "Goa" (Vale a pena ficar de olho no Juca Novaes! Pelo pouco que conheci, o cara manda muito bem!).
A música é linda, tem uma melodia bem agradável, e a parceria entre os dois parece existir há anos!


Se deliciem com o poema de Juca, "Foi meio Almodóvar", com a participação do Lenine:


"Foi só um ensaio
Foi só um insight
Durou muito pouco
Doeu muito mais
Foi trailer de filme
Ensaio de orquestra
Foi jogo suspenso
No auge da festa
Foi curto e intenso
Canção de Caymmi
Foi meio Almodóvar
Foi meio Fellini
Foi como um cometa
No céu da cidade
Foi breve promessa
De felicidade
Eu morro de saudades do que era pra viver
E vivo da viagem de reencontrar você
Meus olhos do passado num futuro que nem sei
De tantas outras vidas
Mil pontos de partida
E todos os detalhes do que não aconteceu
Repetem o roteiro pra mostrar você e eu
O filme recomeça e nunca chega até o fim
E nessa nova vida
Não tem a despedida
Foi só a voz guia
Foi nem a metade
Foi estrela guia
Foi tanta verdade
Um mero rascunho
Mas foi divindade
Grafite no muro
Da minha saudade
Eu morro de saudades..."
 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Indicação de filme - 127 horas



Tudo bem que o filme tem algumas cenas NADA agradáveis de serem vistas no cinema. E que, aliás, já levaram muitas pessoas ao hospital. Seja por ataques de epilepsia ou por náuseas e desmaios.


Tudo bem que Danny Boyle, o diretor do filme, teve de ir a público, pedir desculpas às pessoas que precisaram se retirar da sala.
Ok.

Mas, que é um baita filme, isso é!

Tenso? Muito!
Não minto que saí com dor de cabeça no final dele!

Mas, ao pegar um roteiro que à primeira vista, pode parecer simples, no caso, o acidente de Aron Ralston, Danny Boyle trabalha com temas muito mais profundos do que simplesmente isso. A solidão do sujeito, sua vulnerabilidade, como um mero elemento na natureza (o cara fica preso, com o braço esmagado por uma pedra, durante horas, sem ter como movê-la um centímetro sequer!). E por aí vai!


  * James Franco segura as pontas do filme com uma bela atuação. 

** A trilha sonora é espetacular também. Capaz de nos trazer alegria e tristeza, com pouquíssimos segundos de diferença.

Não ganha o Oscar (pelo menos, não em Melhor Ator, nem Melhor Filme), mas, figura entre os melhores do ano.

***Como aperitivo, deixo o trailer legendado e a música "If I rise", da Dido e de A. R. Rahman, que concorre ao Oscar de Melhor Canção Original. Vale a pena conferir!



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma...




  
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser



Ricardo Reis, um dos muitos heterônimos de Fernando Pessoa.


Aliás, quem não visitou a exposição de Pessoa no Museu da Língua Portuguesa, perdeu! 
Tudo estava de muito bom gosto! Tecnologias mescladas com o bom e velho livro impresso, o poeta fragmentado, disposto em várias de suas facetas...




Parabéns aos idealizadores e organizadores de mais esse belo evento!




sábado, 19 de fevereiro de 2011

Decifra-me ou devoro-te!

Decifrar o amor é como tentar decifrar o enigma da Esfinge: "decifra-me ou devoro-te." 
E nós, às vezes por querer, não o deciframos e esperamos até que ele nos devore. Por completo. Inteirinho.
Desde os fios de cabelo até o dedão do pé.
O amor é insaciável, e sua fome aumenta a medida que ele nos consome. Nós o alimentamos. E matamos a sua sede também. Sua sede de colo, de atenção, de carinho.
Não há animal mais faminto que o amor. Nem os leões, reis das savanas africanas. Nem os tubarões, donos dos mais profundos mares.
Ninguém sabe por que ele é assim, tão insaciável!
Por isso, decidi ir atrás dele, tentar arrancar alguma informação. Formulei uma lista de perguntas, me preparei psicologicamente para encontrá-lo, cara a cara.
Não pude.
Sua assessoria de imprensa apenas me informou que ele anda muito ocupado, com mil afazeres.
Sei bem o que ele anda fazendo.
Me devorando, sem dó, nem piedade. Mais uma vez.
E, como eu gosto disso.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quando termina o amor?



Difícil saber quando termina o amor.
Não há uma sensação específica, nenhum sinal dos céus nos mostrando: "Filho, desculpe, acabou."
Às vezes, o amor acaba, mas fica o companheirismo. Ou o respeito, a admiração, carinho. Que são aliás, bem diferentes, mas, que você não diga que nunca os confundiu com amor.
Tudo deveria ser um pouco mais fácil pra nós: explico-me melhor.
Deveria haver algum tipo de serviço expresso, que chegaria por correio assim que fosse detectado o término do amor. Uma espécie de Sedex 10! Um tipo de pacote, com um coração rachado, onde se leria: seu amor acabou.
Tsc, tsc...
Ah, algo melhor então: um serviço de telemarketing 24 horas: "senhor, gostaria de estar informando que infelizmente, o senhor não está mais amando." 
Gerundismo, já basta o do próprio amor. Telefone no gancho.
E por que nessa era da tecnologia, não ser notificado através de um e-mail?
Impossível!
Por mais que se tente detectar o término do amor, seria impossível fazê-lo.
Muitas vezes, quando achamos que o amor terminou, ele apenas morreu para renascer mais forte no momento seguinte.
E isso, só ele consegue fazer.


Escutando - Busca vida, Paralamas do Sucesso

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Indicação de filme - Coração Louco

Ouvi falar muito sobre esse filme, li algumas matérias sobre ele. E aí, dando uma passadinha na locadora aqui pertinho de casa, decidi alugá-lo.


Resumindo tudo, o filme é bom. O que o diferencia é a atuação do Jeff Bridges. O cara incorpora mesmo, o beberrão "Bad Blake", cantor de country music, com relativo sucesso no passado, e que vive de shows em bares minúsculos e boliches no meio do deserto. Seus companheiros são garrafas de whisky e muitos maços de cigarro.


A história é um pouco clichê, pois mostra um astro no fundo do poço, com a saúde fragilizada, e que num certo momento da trama, tenta se reerguer. No filme, é quando "Bad Blake" conhece Jean (Maggie Gyllenhaal), uma repórter do jornal local, que se interessa não só pela história do cantor, mas por aquele cara barbudo, fedendo cigarro, o "renegado do amor", como era chamado nos shows. Após um incidente enquanto cuidava do filhinho de Jean, Blake percebe que é hora de se tratar.


Podemos dizer que o final do filme é feliz, mas não talvez, da maneira como todos esperavam.
Vale a pena assistir: pela excelente atuação de Jeff Bridges (não à toa, levou o Oscar de Melhor Ator pra casa) e pela trilha sonora - com canções interpretadas pelos próprios atores (Colin Farrel aparece pouco no filme, como o cantor bola da vez, Tommy Sweet).


Boas imagens, boa história, ótimas canções e uma atuação espetacular de Jeff Bridges. Mais do que um mero clichê.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

And the Oscar goes to...

James Franco e Anne Hathaway apresentam o  Oscar 2011

O Oscar 2011 já está bem perto e pra quem ainda não escolheu seus favoritos, resolvi postar aqui, a listagem dos indicados por categoria. Ainda não assisti todos (sei que é difícil, mas pretendo assistir pelo menos alguns), mas de acordo com as notícias na mídia, deixei em negrito, os meus favoritos. 

Melhor Filme
"127 Horas"
"Cisne Negro"
"O Vencedor"
"A Origem"
"Minhas Mães e Meu Pai"
"A Rede Social"
"O Discurso do Rei"
"Toy Story 3"
"Bravura Indômita"
"Inverno da Alma" 

Melhor atriz
Annette Bening por "Minhas Mães e Meu Pai"
Nicole Kidman por "Reencontrando a Felicidade"
Jennifer Lawrence por "Inverno da Alma"
Natalie Portman por "Cisne Negro" 
Michelle Williams por "Blue Valentine"

Colin Firth, favoritíssimo ao Oscar, por sua atuação
 em O Discurso do Rei
Melhor ator
 Javier Bardem por "Biutiful"
Jeff Bridges por "Bravura Indômita"
Jesse Eisenberg por "A Rede Social"
Colin Firth por "O Discurso do Rei" 
James Franco por "127 Horas"

Melhor ator coadjuvante
Christian Bale por "O Vencedor" 
John Hawkes por "Inverno da Alma"
Jeremy Renner por "Atração Perigosa"
Mark Ruffalo por "Minhas Mães e Meu Pai"
Geoffrey Rush por "O Discurso do Rei"

Melhor atriz coadjuvante 
Amy Adams por "O Vencedor"
Helena Bonham Carter por "O Discurso do Rei"
Melissa Leo por "O Vencedor"
Hailee Steinfeld por "Bravura Indômita"
Jacki Weaver por "Reino Animal" 

Melhor diretor
Darren Aronofsky por "Cisne Negro"
Ethan Coen e Joel Coen por "Bravura Indômita"
David Fincher por "A Rede Social"
Tom Hooper por "O Discurso do Rei" 
David O. Russell por "O Vencedor"

Melhor roteiro original

"Another Year"
"O Vencedor"
"A Origem"
"Minhas Mães e Meu Pai"
"O Discurso do Rei" 


Melhor roteiro adaptado
"A Rede Social"
"127 Horas"
"Toy Story 3"
"Bravura Indômita"
"Inverno da Alma"

Melhor animação
"Como Treinar o Seu Dragão" 
"O Mágico"
"Toy Story 3"

Melhor filme estrangeiro
"Biutiful", do México 
"Kynodontas", da Grécia
"Em um Mundo Melhor", da Dinamarca
"Incendies", do Canadá
"Fora da Lei", da Algéria

E você, já escolheu seus favoritos ao Oscar 2011?
Se sim, deixe aqui suas apostas!
Se ainda não, aproveite a lista para estar por dentro dos favoritos, azarões...

Escutando - Um amor, um lugar - Paralamas do Sucesso