São movimentos automáticos, como descer do metrô, subir correndo a escada rolante pra tentar não perder o ônibus ou o trem.
Pessoas se esbarram e nem ao menos voltam a cabeça para pedir desculpas, ou ao menos pra saber em quem esbarrou.
Eu também sou assim.
Mas ontem, mesmo em meio a esse caos, enquanto subia as escadas da Estação Ana Rosa, dirigindo-me a uma reunião no escritório, deparei-me com um dos poemas de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa). Era um dos cantos de O Guardador de Rebanhos.
Não parei pra ler ali, pois sabia que seria atropelado (isso é fato!). Mas, fiquei imaginando o conteúdo daquele poema e o contraste com toda aquela correria à minha volta.
Esses são os primeiros versos desse espetacular poema:
"Eu nunca guardei rebanhos,
"Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado."
Mesmo em meio ao caos de São Paulo, você também pode encontrar momentos de calmaria. É só olhar a sua volta.
Vai ser uma mudança radical qd for praí...sair a pacata Maceió pra veloz Sampa.
ResponderExcluirEu topo o desafio!
:)
Encontrar não é sentir.
ResponderExcluirPode-se até "encontrar" calmaria em meio ao caos de São Paulo, principalmente nas estações dos metrôs como foi também o meu caso. Não com poemas, porém com artes plásticas, mas não "sentir" calmaria. Se parar a máquina passa por cima, naquele momento é possível apenas decorá-la. Imaginá-la. Para que em um lugar tranquilo -não aquele- permita que a calmaria invada o seu ser.