terça-feira, 23 de agosto de 2011

Karen Souza - uma nova diva do jazz!

Há algumas semanas tenho escutado na Alpha FM, sobre o show de uma "tal" Karen Souza, no Teatro Bradesco, no próximo dia 29/08. Até então, nada demais!

Eis que hoje, ao chegar em casa, tive a curiosidade de procurar pelas canções dela no Youtube. Gratíssima surpresa!

Uma voz forte, marcante, aveludada, potente, cantando versões de "Tainted Love", "Every breath you take" ou "Creep", em jazz!

No seu mais novo trabalho "Karen Souza - Essentials", essa hermana (sim, os argentinos, às vezes, também acertam a mão!) transforma em jazz, 12 sucessos que marcaram os últimos 40 anos. Entre elas, as três citadas anteriormente, além de "Corcovado", "Billie Jean" e outras.

Ah, quer saber quais são as inspirações da Karen? Só tem gente ruim nessa lista viu: Billie Holiday, Miles Daves e John Coltrane, Nina Simone, Frank Sinatra e Louis Armstrong, Chet Baker, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Peggy Lee. É mole ou quer mais?

Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de Karen, pode acessar seu site na web: http://www.karensouza.com/.

O show da moça acontece no Teatro Bradesco, na próxima segunda-feira, a partir das 21h. As informações estão abaixo:

Karen Souza - Essentials

Local: Teatro Bradesco
Data: 29/08/2011
Horário: 21h
Endereço: Rua Turiassú, 2100 - Shopping Bourbon - Pompéia

Preços: de R$ 20 a R$ 160

Informações: www.teatrobradesco.com.br
Telefone: (11) 3670-4100


Quem puder ir, aproveite, será uma noite inesquecível!

Pra deixar com água na boca, a versão da Karen pro sucesso do The Police, "Every breath you take".



domingo, 21 de agosto de 2011

Saudade em 3 atos

Uma foto. Um vídeo. Um poema.
Definir a palavra saudade é tão difícil quanto entender as mulheres. Tá bom vai, talvez, um pouco mais fácil. Mas, não deixa de ser tarefa árdua.


Tive a ideia desse post há muito tempo atrás, mas nunca tive coragem de sentar pra fazê-lo. Ou inspiração.
Ou, sei lá o que me faltava.


Que cada ato fale por si só!

SAUDADE  - ATO 1

Saudade (1899, quadro de José Ferraz de Almeida Júnior)


SAUDADE  - ATO 2


Soldados americanos reencontram familiares e amigos depois de longo período de ausência.


SAUDADE  - ATO 3

"Definir a palavra saudade?
Eu não ousaria.
Não é à toa, que ela nem é traduzida.
Saudade não se traduz, se sente.
Ela faz chorar, faz rir, faz amar, desamar.
Saudade é abraço e carinho, quando saciada,
mas é também ausência.
Às vezes, suprida.
Outras vezes, eterna.
Saudade é carta que não chega,
foto que se desbota,
pétalas que murcham.
Saudade de lugares visitados,
de cores e aromas,
de amores passados.
Saudade é avião que partiu,
é um último adeus,
é o primeiro beijo.
Saudade é tema de canção,
é o mote do poeta,
em versos rimados ou não.
Às vezes, gostosa,
muitas vezes, dolorosa.
Muito mais que uma palavra,
mais do que um simples substantivo.
Saudade é um forte sentimento,
e enquanto sentimento, eu a sinto.
E no meu caminhar, 
Ah, saudade...
A saudade eu vivo!"

(Luiz Monaro Soares)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ismália, Alphonsus de Guimaraens

Sem dúvida nenhuma, um dos meus poemas prediletos!

Ismália
(Alphonsus de Guimaraens)

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

domingo, 14 de agosto de 2011

Garapa - a verdade nua e crua!



No meio das minhas super férias do trabalho (2 semaninhas que pareceram 2 dias!), tive a chance de assistir ao documentário do José Padilha, diretor dos dois filmes Tropa de Elite. O cara já polemizou ao enfiar o dedo bem fundo, na ferida de temas como: a segurança (ou falta de) pública e a corrupção no Rio de Janeiro (e por todo o Brasil). Padilha nos dá um tapa na cara, um verdadeiro murro no estômago com seu documentário chamado Garapa (o filme foi rodado em 2005, mas lançado um pouco depois). O documentário mostrar a vida de 3 famílias, todas elas chefiadas de certa maneira pela mulher, que é a responsável por levar dinheiro ao lar, cuidar dos filhos e ainda por cima, aguentar alguns casos de maridos embriagados.

Que a fome assola nosso Nordeste, não é novidade pra ninguém. Meu pai, que assistiu metade do filme comigo (com lágrimas nos olhos!), viveu isso na pele. Passou fome, bebia água que era mais barro do que outra coisa, vivia em casa na companhia dos "barbeiros". É, isso mesmo! Aquele bichinho que transmite a doença de Chagas. E isso foi há muitos anos atrás. E parece que NADA foi feito. Famílias com 4, 5 filhos, recebem R$50,00 de ajuda do governo! Será que nossos governantes já assistiram a esse documentário? Com certeza não! Devem estar preocupados demais, vendo as novelas da Globo.

Se você acha que o "barbeiro" vive só nos livros de Biologia do Colégio está enganado! Se reclama do feijão que sua mãe faz ou se nunca tem seu prato predileto na mesa, você deveria assistir Garapa para repensar tudo isso.

Recomendo que todos vejam esse documentário, que é simples, sem muita intervenção do diretor, e que tem, como principal objetivo mostrar o verdadeiro Brasil, por trás dessa farsa na qual acreditamos hoje em dia.

Ah, e por que o documentário se chama Garapa?
Bom, por lá, é a mistura caseira de água com açúcar! Você não alimentaria seus filhos com água e açúcar né?
Pois bem...há pessoas que são obrigadas a isso!

PS - Qualquer prato de comida parecerá indigesto depois do filme!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Woody Allen em sua melhor forma!

Talvez se alguém me perguntasse, alguns anos atrás: "o que você acha do Woody Allen?", eu responderia secamente: "ah, não muita coisa. Pra mim, não passa de um intelectual metido e que fala e faz filme difícil." Era o que eu achava ué! Via alguma reportagem, "argh, lá vem esse cara chato!"

Passados alguns anos, eu retiro completamente o que eu disse! Desconsideremos sua vida pessoal, os escândalos, suas frases sobre a religião (que vão completamente contra o que eu acredito!), mas, o cara é extremamente inteligente e ele consegue transpôr tudo isso aos seus filmes.


Numa semana só, assisti: Meia-Noite em Paris (seu mais novo filme - sucesso de bilheteria, diga-se de passagem), Vicky Cristina Barcelona e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (de onde será que tiraram esse bendito nome, uma vez que o nome original é Annie Hall!? - melhor deixar pra lá).
Fato é que, os 3 filmes são fabulosos - cada um do seu jeito, claro!
Nem sou doido de me meter a fazer qualquer crítica a algum deles, mas só gostaria de compartilhar 2 cenas do Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, que são fascinantes pra mim (aliás, o dífícil é achar algo que não o seja!).


A primeira delas é ver a Diane Keaton cantando, Seems like old times, no bar (em silêncio!!!), depois de ter tido uma não muito boa, primeira experiência. ANIMAL!



Fica fácil entender porque, o Alvy Singer (Woody Allen) era completamente louco por essa mulher!


E a segunda cena é justamente a cena final! Dois jovens estão retratando numa peça, o encontro de Alvy e Annie no restaurante na California. É aí, que a mocinha muda o final da conversa e diz que voltaria com ele à New York. Woody Allen aparece com aquela cara, já engraçada que ele e dialoga com o público: "você queria o que? É a minha primeira peça! Tentamos fazer com que tudo seja perfeito na arte, já que é muito difícil na vida real."




O cara vai ao psiquiatra e diz: "Doutor, acho que o meu irmão enlouqueceu, ele pensa que é uma galinha."
"Por que você não o interna?" perguntou o médico. E o cara responde "Eu internaria, mas acontece que eu preciso dos ovos."

-Então eu acho que é mais ou menos assim que vejo os relacionamentos amorosos hoje: eles são totalmente irracionais, loucos, absurdos, mas a gente continua tentando porque...a maioria de nós precisa dos ovos.

Isso é Woody Allen. Genial!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Quando tudo em volta cala...



"Quando tudo em volta cala,
quando nada mais se espera.
O silêncio alto fala,
como nunca antes fizera.

Nem palavras ou acenos,
sentimentos ou sentidos.
Apenas o eco obsceno,
cantando nos meus ouvidos.

Sussurra um poema triste,
com o último verso inacabado.
E diz-me que minha sorte,

É ser como ele, desafortunado.
Por ouvir apenas o silêncio,
mesmo ele nunca tendo falado."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A palavra que faltava

Era a última noite antes da partida. As homenagens já tinham sido feitas. O choro já havia secado, tornado a molhar o rosto e estava seco de novo. Havia só mais aquela noite.
Nos juntamos ao redor da mesa, e ali, celebramos o que temos de melhor: a amizade. Gargalhadas, conversa fiada, um copo de Coca-Cola.
Fazia frio, e a garoa fina só aumentava aquele tom de saudosismo já presente. Tentávamos agir, como se aquela fosse uma noite normal.
- Hum, recebendo mensagens de qual namoradinha hein?
- Que nada! É de um amigo só.
Silêncio. Não era uma noite normal. Em poucas horas, um de nós quatro pegaria suas malas e partiria pra longe, bem longe daquela mesa. Das risadas, da conversa fiada. A Coca-Cola, ele até teria por perto. Ou melhor, no caso dele, uma Fanta uva! Mas o gosto não seria o mesmo.
- Tá preparado?
- Ah, quase. Falta terminar de arrumar as malas.
Ele não havia respondido nossa pergunta. Não queríamos saber de mala nenhuma, mas, de como estava sua mente e seu coração naquela hora.
Tocamos no mesmo assunto, mais três ou quatro vezes, quando o que normalmente faríamos seria dizer, "galera, já vou nessa, marcamos algo pro fim de semana." Mas, não haveria fim de semana juntos por um bom tempo. Não haveria o dia do amigo. O churrasco costumeiro, o amigo secreto de final de ano, as conversas nos bancos da igreja, no trem ou em qualquer lugar.
Nos faltava aquela palavra. Nenhum dos quatro em volta da mesa tinha coragem de trazê-la à tona. Ficamos calados por alguns segundos, imersos em seus próprios pensamentos, tristezas e pesares. E ali, havia chegado a hora.
- Preciso ir, porque trabalho amanhã.
Mais algumas frases trocadas antes do último adeus, do último abraço.
- Se cuida brother, você vai fazer falta.
Não adiantava mais chorar, mas contemplar aqueles últimos momentos juntos.
A palavra que faltava havia chegado e tomado seu lugar à mesa.

(última conversa com o Rafa antes da ida dele ao treinamento da OM - Jé e Jasão, obrigado por compartilharem esse momento! Amo vocês 3!)