quinta-feira, 24 de junho de 2010

Carta ao pai, Franz Kafka

Uma obra-prima!
É assim que eu costumo definir esse livro de Kafka!

Pra quem pensa somente em Metamorfose quando falamos do escritor de Praga, deveria ter como leitura obrigatória esse livro curto, mas extremamente significativo!


"Carta ao Pai” publicada postumamente – carta escrita por Kafka, mas nunca entregue ao pai – é o exemplo mais pungente da influência esmagadora do pai em sua vida. Notamos essa mesma influência esmagadora, em A Metamoforse.


O trecho abaixo resume tudo pra mim, uma vez, que eu sei bem como é, sentir essa tal "influência esmagadora":


"Era para mim incompreensível tua absoluta insensibilidade pelo prejuízo e dor que podias causar-me com essas palavras e opiniões; era como se não tivesses consciência do teu poder. Com segurança, eu também te feri com palavras minhas, mas então eu o sabia e isso me causava dor, mas não podia controlar-me, arrependia-me ao mesmo tempo que a dizia. Mas golpeavas com tuas palavras à direita e à esquerda, nada te inspirava piedade, nem nesse momento nem depois; diante de ti ficava-se inteiramente indefeso."


Forte, mas é sem dúvida, leitura obrigatória!



Novas do Avante Cultura!

Galera, amanhã, sexta-feira, rola um texto bem bacana por aqui sobre a Nina Becker, uma das novas queridinhas do nosso novo cenário de música brasileira!
Além dela, algumas dicas para o fim de semana, com opções de shows, cinema e teatro!

Sugestões de textos pro blog, e-mail me:

luizmonaro@hotmail.com
E aí, ainda não acessou o meu novo blog?

Tô cumprindo o prometido hein! Coloquei uma música por dia durante a semana inteira!

Confere lá, tem desde Chico Buarque, passando por Caymmi e até Luan e Vanessa!

www.musicaravida.blogspot.com

"Porque a música é vida e vice-versa!"

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vidas que se cruzam


Vidas Que Se Cruzam é o primeiro longa metragem dirigido por Guillermo Arriaga, roteirista de filmes como Babel, Amores Brutos e 21 Gramas.

Guillermo conta, desta vez, as histórias de vários personagens: Mariana (Jennifer Lawrence) descobre que sua mãe (Kim Basinger) está tendo um caso; Sylvia (Charlize Theron) trabalha em um restaurante e tem dificuldade em se relacionar amorosamente; e tem também Maria (Tessa Ia), uma menina cujo pai sofreu um acidente aéreo há pouco tempo.


(PS* - O nome do filme em português já denuncia um pouco o roteiro! Menos um ponto para as traduções horríveis de nomes de filme!).


Pra variar um pouco, a Charlize Theron está espetacular!
E a atuação da Kim Basinger também merece elogios!
Quem curtiu os filmes nos quais o Arriaga foi roteirista, deve curtir esse também!





domingo, 20 de junho de 2010

Curte música?

Sabe aquela música que te marcou numa época especial da vida?
Ou que te lembra um grande amor?
Ou com um significado tão bobo, mas que você não ousa esquecer?

Pois é, pensando nisso, resolvi compartilhar as minhas músicas com vocês!

1 dia, 1 música, 1 letra e 1 (his) ou (es)tória!

1 música por dia! Será que eu consigo!?

Bora lá comentar: www.musicaravida.blogspot.com

Porque música é vida e vice-versa!

(PS* - 1°música - Chico Buarque, é claro!!!)

Grande abraço,

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pela imensa vastidão da estrada...


Pela imensa vastidão da estrada,
O sertanejo segue seu rumo.
Nas costas, a velha enxada,
Nos bolsos, um pouco de fumo.

Deixando pra trás sua terra,
Seu sangue, suor, sua vida.
Um filho, uma filha e a esposa,
Perderam a guerra temida.

Agora caminha sozinho,
E o sol lhe faz companhia.
De noite, se encosta num tronco,
E espera raiar o dia.

Não sabe pra onde ir,
Nem mesmo o que fazer.
O jeito é seguir em frente,
Tentando a vida viver.

Ou talvez, cave a própria cova,
Se deite e descanse em paz.
Mas logo, lhe vem à mente:
- Nem pense nisso rapaz.

Nem parece que é do Norte,
Destemido e corajoso.
Nunca teve medo da morte,
Muito menos do tinhoso.

Agora, confie em Cristo,
Nosso Pai Celeste, Amoroso.
Que lhe promete no Céu,
Um reino bem majestoso.

Com água em abundância,
Comida pra todos suprir.
Seus filhos vivendo a infância,
Que aqui não puderam sentir.

Sua esposa tranquila e serena,
Nas águas do rio se banha.
De longe sorri e acena,
E lhe diz, o quanto lhe ama.

Levante e seque o choro,
E nem pense em olhar pra trás.
Pois este não é seu tesouro,
Agora, você bem o sabe, rapaz!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mais um trem vem chegando...


Mais um trem vem chegando.
Entre apertos e empurrões,
Procuro seu rosto.
São muitos,
E muitos.
Mas não vejo aquele que quero.
O trem pára mas não entro.
As pessoas me olham com dúvida.
As portas se fecham
E mais um trem se vai.
Rápido,
Cada vez mais rápido
E outros rostos passam por mim,
Menos o seu.
Talvez, eu espere o próximo trem chegar
Não levará mais do que cinco minutos.
Ou talvez,
Leve uma vida inteira.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O amor é feito a rosa


O amor é feito a rosa
Que nasce e cresce no jardim,
Mas por mais que a regue e plante
Ela nunca vem pra mim.

Já plantei, reguei, cuidei
Fiz de tudo com a terra
Mas dali, nada saiu
Invejo as rosas da serra

Alguns dizem, é má-sorte
Outros dizem, mau-olhado
Em nenhum deles confio,

Prefiro seguir meu trabalho
Pois sei que um dia, minha rosa
Ainda trará meu orvalho.

" (...) Assim que o amor entrou no meio,

o meio virou amor,

o fogo se derreteu,

o gelo se encendeou,

e a brisa que era um tufão,

depois que o mar derramou,

depois que a casa caiu,

o vento da paz soprou."

(Trecho de Romeu e Julieta, de Marcelo Camelo e Erasmo Carlos)

terça-feira, 8 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Despedida...


Adeus,
Viva a sua vida
E nunca se esqueça de mim.
Foi assim que você se despediu
Tapando meus olhos com seu cachecol
Que aquecia seu pescoço
Naquela fria manhã de outono.
Você deixou em mim seu perfume,
Seu cheiro, seu calor
E me disse:
Eu te amo, pra sempre.
E se afastou.
Fiquei parado por alguns segundos,
Pensando que a veria
Assim que abrisse os olhos.
Tateei, procurei
Mas minhas mãos só encontraram
O vazio, a ausência, o silêncio.
Tirei o cachecol dos olhos
E à minha frente,
Nada restava, além da sua falta.
Nossa música tocava num rádio distante.
Adeus,
Viva a sua vida também,
Nunca se esqueça de mim,
E de que eu te amo,
Hoje, amanhã e sempre.
Ah, como eu queria te falar tudo isso,
Como eu queria te abraçar, só mais uma vez.
Só mais uma vez...

(Escrito enquanto assistia a última cena de Doce Novembro, um dos meus prediletos)

Onde vivem os monstros?

Não assista esperando um filme infantil!
Apesar de eu tê-lo achado, justamente na prateleira dos infantis, Onde vivem os monstros está bem longe disso.

Todo mundo sabe que a infância é um fase de descobertas, muito ciúme, solidão (muitas vezes), e é por tudo isso que o garoto Max passa, ao não ter a atenção que deseja da mãe e da irmã.

O garoto aliás, é talentosíssimo! Como durante todo o filme, ele interpreta somente com os monstros, seu talento fica bem exposto.

O filme mostra bem essa tensão da solidão, da angústia e tristeza da crianças, que acabam procurando outros meios, ou no caso, outros mundos, onde tudo possa ser feito do seu jeito.

Curtinho, com mais ou menos, 1 hora e meia, vale a pena ser assistido, de coração aberto, sem esperar aqueles roteiros ingênuos, bobinhos.

Onde Vivem os Monstros é sobre a infância, mas não necessariamente para crianças. Para nós, adultos, é um prato cheio para liberarmos esses monstros internos que nos perseguem e que quase sempre não sabemos lidar. (Janaína Pereira, Cinemmarte)

PS1* - O filme não é unanimidade entre todos aqueles que já o assistiram. Particularmente, achei um excelente filme, com uma fotografia linda e atuações de primeira qualidade.
PS2* - A trilha sonora é FANTÁSTICA - quem quiser procurar, jogue no Youtube, Karen O. Ela é a vocalista do grupo Yeah Yeah Yeahs, e tem uma canção junto com algumas crianças, para cada momento do filme. Não é uma trilha sonora pra colocar no iPod e levar pra academia, mas para o filme, se encaixou perfeitamente.


sábado, 5 de junho de 2010

Museu do Futebol - Uma ótima pedida

Tá, você vai dizer que não curte futebol, que não aguenta mais ouvir falar nisso, que seu namorado vive te trocando pelo jogo com os amigos, que você não entende a bendita regra do impedimento (são 2 jogadores antes da linha de fundo, sem contar o goleiro ou com o goleiro, ou não tem nada a ver o goleiro?).

Você liga a TV e o que está passando? Noticiário de esportes! O assunto? Futebol, claro!

Cortaram a novela na sua parte predileta? Por que? Seria o fim dos tempos? Não, é só mais um jogo na quarta-feira à noite!

Eu assumo e reconheço que sou fã de futebol!
Adoro jogar e assistir qualquer jogo que esteja na TV! Pode ser a reprise da final de um campeonato de 70 e pouco...

Enfim, mesmo para aqueles que não gostam de futebol, recomendo e muitooo a visita a esse museu.
É muito interativo, com muitas fotos, vídeos, sensações, em alguns momentos é como se nós mesmos estivessemos no campo.

E agora, em época de Copa, há uma exposição temporária, chamada Copa de A-Z, com curiosidades, estatísticas e fatos marcantes de todos os Mundiais.

Sabe a origem da expressão, "tomar um chocolate"?
Ou "tomar um frango"?

Não?

Então, já tem um motivo para fazer uma visitinha ao Museu!

RECOMENDADÍSSIMO!


PS* - A melhor parte do Museu é o Pelé dando as boas-vindas em Espanhol e Inglês! Só isso, já vale o ingresso!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Invictus - muito mais do que a história de um jogo

Nelson Mandela é um dos grandes líderes de nossa história. Lutou pela igualdade de direitos e o fim do apartheid na África do Sul. Um líder, um herói eterno para sua nação.
Invictus conta como um jogo uniu negros e brancos na torcida por uma mesma bandeira.
O filme apresenta grandes lições sobre liderança, sobre o respeito, sobre a compaixão.
Como passar 30 anos preso, sair, e ainda assim, perdoar seus acusadores de maneira incondicional. Parece impossível? Foi justamente o que Mandela fez!
E isso fez aumentar a admiração e o respeito de Piennar (interpretado por Matt Damon), capitão da seleção de rugbi da África do Sul.
No final, 43 milhões de sul-africanos foram os grandes vencedores, não por terem vencido a Copa do Mundo de Rugbi de 1995, mas por terem vencido uma batalha muito mais desafiadora, o preconceito.

"O perdão liberta a alma, afugenta o medo, por isso, é uma arma tão poderosa" (Nelson Mandela)





PS* - visto numa poltrona mega desconfortável, durante o trajeto até o Panamá. Alguma coisa de bom, durante as 7 horas de muitoooo tédio!

Registro de um grande show

Eu, Paula (Fantástica) e o Rafa

1° vez no Tom Jazz
1° vez no show das Chicas

Não sabia o que eu estava perdendo!!!

RECOMENDADÍSSIMO!!!


terça-feira, 1 de junho de 2010

Rilke e o amor dos jovens

"Amar também é bom: pois o amor é difícil. Ter amor, de uma pessoa por outra, talvez seja a coisa mais difícil que nos foi dada, a mais extrema, a derradeira prova e provação, o trabalho para o qual qualquer outro trabalho é apenas uma preparação. Por isso as pessoas jovens, iniciantes em tudo, ainda não podem amar: precisam aprender o amor. Com todo o seu ser, com todas as forças reunidas em seu coração solitário, receoso e acelerado, os jovens precisam aprender a amar. Mas o tempo de aprendizado é sempre um longo período de exclusão, de modo que o amor é por muito tempo, ao longo da vida, solidão, isolamento intenso e profundo para quem ama. A princípio o amor não é nada do que se chama ser absorvido, entregar-se e se unir com uma outra pessoa. (Pois o que seria uma união do que não é esclarecido, do inacabado, do desordenado?) O amor constitui uma oportunidade sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo, tornar-se um mundo, tornar-se um mundo para si mesmo por causa de uma outra pessoa; é uma grande exigência para o indivíduo, uma exigência irrestrita, algo que o destaca e o convoca para longe. Apenas neste sentido, como tarefa de trabalhar em si mesmos ("escutar e bater dia e noite"), as pessoas jovens deveriam fazer uso do amor que lhes é dado. A absorção e a entrega e todo tipo de comunhão não são para eles (que ainda precisam economizar e acumular por muito tempo); a comunhão é o passo final, talvez uma meta para a qual a vida humana quase não seja o bastante.

(Cartas a um jovem poeta, Rilke)