terça-feira, 23 de agosto de 2011

Karen Souza - uma nova diva do jazz!

Há algumas semanas tenho escutado na Alpha FM, sobre o show de uma "tal" Karen Souza, no Teatro Bradesco, no próximo dia 29/08. Até então, nada demais!

Eis que hoje, ao chegar em casa, tive a curiosidade de procurar pelas canções dela no Youtube. Gratíssima surpresa!

Uma voz forte, marcante, aveludada, potente, cantando versões de "Tainted Love", "Every breath you take" ou "Creep", em jazz!

No seu mais novo trabalho "Karen Souza - Essentials", essa hermana (sim, os argentinos, às vezes, também acertam a mão!) transforma em jazz, 12 sucessos que marcaram os últimos 40 anos. Entre elas, as três citadas anteriormente, além de "Corcovado", "Billie Jean" e outras.

Ah, quer saber quais são as inspirações da Karen? Só tem gente ruim nessa lista viu: Billie Holiday, Miles Daves e John Coltrane, Nina Simone, Frank Sinatra e Louis Armstrong, Chet Baker, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Peggy Lee. É mole ou quer mais?

Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de Karen, pode acessar seu site na web: http://www.karensouza.com/.

O show da moça acontece no Teatro Bradesco, na próxima segunda-feira, a partir das 21h. As informações estão abaixo:

Karen Souza - Essentials

Local: Teatro Bradesco
Data: 29/08/2011
Horário: 21h
Endereço: Rua Turiassú, 2100 - Shopping Bourbon - Pompéia

Preços: de R$ 20 a R$ 160

Informações: www.teatrobradesco.com.br
Telefone: (11) 3670-4100


Quem puder ir, aproveite, será uma noite inesquecível!

Pra deixar com água na boca, a versão da Karen pro sucesso do The Police, "Every breath you take".



domingo, 21 de agosto de 2011

Saudade em 3 atos

Uma foto. Um vídeo. Um poema.
Definir a palavra saudade é tão difícil quanto entender as mulheres. Tá bom vai, talvez, um pouco mais fácil. Mas, não deixa de ser tarefa árdua.


Tive a ideia desse post há muito tempo atrás, mas nunca tive coragem de sentar pra fazê-lo. Ou inspiração.
Ou, sei lá o que me faltava.


Que cada ato fale por si só!

SAUDADE  - ATO 1

Saudade (1899, quadro de José Ferraz de Almeida Júnior)


SAUDADE  - ATO 2


Soldados americanos reencontram familiares e amigos depois de longo período de ausência.


SAUDADE  - ATO 3

"Definir a palavra saudade?
Eu não ousaria.
Não é à toa, que ela nem é traduzida.
Saudade não se traduz, se sente.
Ela faz chorar, faz rir, faz amar, desamar.
Saudade é abraço e carinho, quando saciada,
mas é também ausência.
Às vezes, suprida.
Outras vezes, eterna.
Saudade é carta que não chega,
foto que se desbota,
pétalas que murcham.
Saudade de lugares visitados,
de cores e aromas,
de amores passados.
Saudade é avião que partiu,
é um último adeus,
é o primeiro beijo.
Saudade é tema de canção,
é o mote do poeta,
em versos rimados ou não.
Às vezes, gostosa,
muitas vezes, dolorosa.
Muito mais que uma palavra,
mais do que um simples substantivo.
Saudade é um forte sentimento,
e enquanto sentimento, eu a sinto.
E no meu caminhar, 
Ah, saudade...
A saudade eu vivo!"

(Luiz Monaro Soares)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ismália, Alphonsus de Guimaraens

Sem dúvida nenhuma, um dos meus poemas prediletos!

Ismália
(Alphonsus de Guimaraens)

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

domingo, 14 de agosto de 2011

Garapa - a verdade nua e crua!



No meio das minhas super férias do trabalho (2 semaninhas que pareceram 2 dias!), tive a chance de assistir ao documentário do José Padilha, diretor dos dois filmes Tropa de Elite. O cara já polemizou ao enfiar o dedo bem fundo, na ferida de temas como: a segurança (ou falta de) pública e a corrupção no Rio de Janeiro (e por todo o Brasil). Padilha nos dá um tapa na cara, um verdadeiro murro no estômago com seu documentário chamado Garapa (o filme foi rodado em 2005, mas lançado um pouco depois). O documentário mostrar a vida de 3 famílias, todas elas chefiadas de certa maneira pela mulher, que é a responsável por levar dinheiro ao lar, cuidar dos filhos e ainda por cima, aguentar alguns casos de maridos embriagados.

Que a fome assola nosso Nordeste, não é novidade pra ninguém. Meu pai, que assistiu metade do filme comigo (com lágrimas nos olhos!), viveu isso na pele. Passou fome, bebia água que era mais barro do que outra coisa, vivia em casa na companhia dos "barbeiros". É, isso mesmo! Aquele bichinho que transmite a doença de Chagas. E isso foi há muitos anos atrás. E parece que NADA foi feito. Famílias com 4, 5 filhos, recebem R$50,00 de ajuda do governo! Será que nossos governantes já assistiram a esse documentário? Com certeza não! Devem estar preocupados demais, vendo as novelas da Globo.

Se você acha que o "barbeiro" vive só nos livros de Biologia do Colégio está enganado! Se reclama do feijão que sua mãe faz ou se nunca tem seu prato predileto na mesa, você deveria assistir Garapa para repensar tudo isso.

Recomendo que todos vejam esse documentário, que é simples, sem muita intervenção do diretor, e que tem, como principal objetivo mostrar o verdadeiro Brasil, por trás dessa farsa na qual acreditamos hoje em dia.

Ah, e por que o documentário se chama Garapa?
Bom, por lá, é a mistura caseira de água com açúcar! Você não alimentaria seus filhos com água e açúcar né?
Pois bem...há pessoas que são obrigadas a isso!

PS - Qualquer prato de comida parecerá indigesto depois do filme!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Woody Allen em sua melhor forma!

Talvez se alguém me perguntasse, alguns anos atrás: "o que você acha do Woody Allen?", eu responderia secamente: "ah, não muita coisa. Pra mim, não passa de um intelectual metido e que fala e faz filme difícil." Era o que eu achava ué! Via alguma reportagem, "argh, lá vem esse cara chato!"

Passados alguns anos, eu retiro completamente o que eu disse! Desconsideremos sua vida pessoal, os escândalos, suas frases sobre a religião (que vão completamente contra o que eu acredito!), mas, o cara é extremamente inteligente e ele consegue transpôr tudo isso aos seus filmes.


Numa semana só, assisti: Meia-Noite em Paris (seu mais novo filme - sucesso de bilheteria, diga-se de passagem), Vicky Cristina Barcelona e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (de onde será que tiraram esse bendito nome, uma vez que o nome original é Annie Hall!? - melhor deixar pra lá).
Fato é que, os 3 filmes são fabulosos - cada um do seu jeito, claro!
Nem sou doido de me meter a fazer qualquer crítica a algum deles, mas só gostaria de compartilhar 2 cenas do Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, que são fascinantes pra mim (aliás, o dífícil é achar algo que não o seja!).


A primeira delas é ver a Diane Keaton cantando, Seems like old times, no bar (em silêncio!!!), depois de ter tido uma não muito boa, primeira experiência. ANIMAL!



Fica fácil entender porque, o Alvy Singer (Woody Allen) era completamente louco por essa mulher!


E a segunda cena é justamente a cena final! Dois jovens estão retratando numa peça, o encontro de Alvy e Annie no restaurante na California. É aí, que a mocinha muda o final da conversa e diz que voltaria com ele à New York. Woody Allen aparece com aquela cara, já engraçada que ele e dialoga com o público: "você queria o que? É a minha primeira peça! Tentamos fazer com que tudo seja perfeito na arte, já que é muito difícil na vida real."




O cara vai ao psiquiatra e diz: "Doutor, acho que o meu irmão enlouqueceu, ele pensa que é uma galinha."
"Por que você não o interna?" perguntou o médico. E o cara responde "Eu internaria, mas acontece que eu preciso dos ovos."

-Então eu acho que é mais ou menos assim que vejo os relacionamentos amorosos hoje: eles são totalmente irracionais, loucos, absurdos, mas a gente continua tentando porque...a maioria de nós precisa dos ovos.

Isso é Woody Allen. Genial!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Quando tudo em volta cala...



"Quando tudo em volta cala,
quando nada mais se espera.
O silêncio alto fala,
como nunca antes fizera.

Nem palavras ou acenos,
sentimentos ou sentidos.
Apenas o eco obsceno,
cantando nos meus ouvidos.

Sussurra um poema triste,
com o último verso inacabado.
E diz-me que minha sorte,

É ser como ele, desafortunado.
Por ouvir apenas o silêncio,
mesmo ele nunca tendo falado."

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A palavra que faltava

Era a última noite antes da partida. As homenagens já tinham sido feitas. O choro já havia secado, tornado a molhar o rosto e estava seco de novo. Havia só mais aquela noite.
Nos juntamos ao redor da mesa, e ali, celebramos o que temos de melhor: a amizade. Gargalhadas, conversa fiada, um copo de Coca-Cola.
Fazia frio, e a garoa fina só aumentava aquele tom de saudosismo já presente. Tentávamos agir, como se aquela fosse uma noite normal.
- Hum, recebendo mensagens de qual namoradinha hein?
- Que nada! É de um amigo só.
Silêncio. Não era uma noite normal. Em poucas horas, um de nós quatro pegaria suas malas e partiria pra longe, bem longe daquela mesa. Das risadas, da conversa fiada. A Coca-Cola, ele até teria por perto. Ou melhor, no caso dele, uma Fanta uva! Mas o gosto não seria o mesmo.
- Tá preparado?
- Ah, quase. Falta terminar de arrumar as malas.
Ele não havia respondido nossa pergunta. Não queríamos saber de mala nenhuma, mas, de como estava sua mente e seu coração naquela hora.
Tocamos no mesmo assunto, mais três ou quatro vezes, quando o que normalmente faríamos seria dizer, "galera, já vou nessa, marcamos algo pro fim de semana." Mas, não haveria fim de semana juntos por um bom tempo. Não haveria o dia do amigo. O churrasco costumeiro, o amigo secreto de final de ano, as conversas nos bancos da igreja, no trem ou em qualquer lugar.
Nos faltava aquela palavra. Nenhum dos quatro em volta da mesa tinha coragem de trazê-la à tona. Ficamos calados por alguns segundos, imersos em seus próprios pensamentos, tristezas e pesares. E ali, havia chegado a hora.
- Preciso ir, porque trabalho amanhã.
Mais algumas frases trocadas antes do último adeus, do último abraço.
- Se cuida brother, você vai fazer falta.
Não adiantava mais chorar, mas contemplar aqueles últimos momentos juntos.
A palavra que faltava havia chegado e tomado seu lugar à mesa.

(última conversa com o Rafa antes da ida dele ao treinamento da OM - Jé e Jasão, obrigado por compartilharem esse momento! Amo vocês 3!)

domingo, 15 de maio de 2011

"(...) No esforço de realizar tarefas que talvez nem nos digam respeito, tememos olhar em torno e constatar que muita coisa falhou.
Se falharmos, quem haverá de nos desculpar, de nos aceitar, onde nos encaixaremos, nesse universo de exitosos, bem-sucedidos, ricos e belos? Pois não se permite o erro, o fracasso, nesse ambiente perfeito. 
Duro dizer 'amei torto, ignorei meus filhos, falhei com minha parceira ou parceiro, votei errado, fracassei na profissão, não ajudei meu amigo, abandonei meus velhos pais e esqueci meus sonhos'."

(trecho de Múltipla Escolha, da Lya Luft)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Há um vilarejo ali...

Meu sonho um dia, é viver num vilarejo assim!

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
(Marisa Monte/Pedro Baby/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes)

A lua sozinha no céu.
A lua no céu,
Nua.
Nua no céu, a lua
Na minha cabeça flutua.
Flutua no céu,
A lua.
A lua flutua nua.
(Luiz Monaro Soares)

(escrito numa caminhada à igreja, numa noite de domingo enluarada)

domingo, 8 de maio de 2011

Show do Nosotros, 06/05




Não sou nenhum crítico musical ou produtor e nem tenho conhecimento técnico para isso. Mas, vou tentar descrever o show do Nosotros, de sexta-feira. 


Eles têm uma pegada de quem tá na estrada há muuuuito tempo! O som me lembrou (e me desculpem, se o que eu escrever for um tremendo equívoco!), um mix de Los Hermanos (nos arranjos e em algumas letras) e Strokes (na vitalidade e performances). 
A banda funciona muito bem num todo. Mas, alguns pontos merecem destaque:


- o guitarrista toca demaissss! (eu fiquei o tempo inteiro falando no ouvido da minha namorada!);
- os metais dão uma qualidade diferente ao som da banda. Curto muito essa presença dos metais, no estilo do Dave Matthew's Band;
- é bacana demais, ver 3 irmãos cantando e se divertindo juntos;
- a versão de Canteiros, do Fagner, ficou irada!



Certeza que, muito em breve, estará tocando em muitos lugares.
Eu recomendo a música Lado B, que aliás, não sai da minha cabeça desde o show. 


Pra quem quiser saber mais sobre o Nosotros, pode visitar a página deles no Myspace: www.myspace.com/nosotrosmusica






Enjoy it!

Drummond e as mães!

Quisera eu ter escrito essa belezura, que é um culto a todas as mães do mundo! 






Para Sempre 

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
(Carlos Drummond de Andrade)



Um grande beijo a todas as mães do mundo! E em especial à minha queridona! E à minha vó também!
Amo vocês!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Show do Nosotros, Sesc da Vila Mariana


O Nosotros apresenta no Auditório do SESC Vila Mariana as canções de seu EP e músicas inéditas.

A banda realiza espetáculo de lançamento do EP autointitulado em que expressa a multiplicidade de influências canalizadas na música brasileira e no pop, folk e rock que produzem. Formada por Ricardo Costa (vocais), Rafael Costa (guitarra e vocais), Larissa Costa (violão, teclado e vocais), Bruno Motta (guitarra e teclado), Paulo Alves (baixo), André Francisco (bateria), Leandro Conte (trombone) e Thiago Perozzi (trompete). No repertório canções como Bicicleta, As Mesmas Coisas e Nej Nej.


PS - Que orgulho ver o esforço dessa galera sendo recompensado! Conheço a Lala e o Ricardo desde 2007, e mesmo de longe, tenho visto o quanto todos da banda têm trabalhado pra alcançar esse sucesso! Vocês merecem! E amanhã, estarei lá!

Entrada:
R$ 12,00 (inteira)
R$ 6,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante)
R$ 3,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes)

Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana
06/05/2011 (sexta-feira)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Voltando à ativa!

Mais de 1 mês longe aqui do blog, viajando, trabalhando bastante, mas eis que regresso! Finalmente!
Cheio de ideias, textos novos e muitas novidades!
Super entrevista com a talentosíssima Vanessa Bumagny, novas indicações de peças, filmes e músicas e a participação de vocês!


Conto com vocês por aqui, deixando seus comentários, dicas e sugestões!


Um forte abraço,
Luiz

quinta-feira, 24 de março de 2011

Camila Morgado e Soneto de Fidelidade

Quem gostou do outro vídeo da excelente Camila Morgado, interpretando Soneto de Separação, vai curtir esse também. Simplesmente incrível!

"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."




quarta-feira, 23 de março de 2011

" (...) Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?

Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo

Se debatem, se combatem sem saber..."

A paixão como antídoto!


Existe um único antídoto para a falta de tempo. Um único.
Estar APAIXONADO.
Esquecer de si para inventar o
desejo. O desejo transforma-se
no próprio tempo.
Tudo é adiado.

(Carpinejar)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Soneto de Separação, do grande "poetinha"



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.



(Vinicius de Morais)


Para escutar enquanto lê (a Camila Morgado interpretando o soneto é incrível!)




Naquele dia, a garoa estava bem forte. Eu havia descido do trem, desviado de alguns pedintes que estavam em frente a estação e caminhava pra casa. Fazia frio, mas um frio suportável. Ainda assim, o que eu mais queria, era tomar um banho quente, colocar umas roupas cheirosinhas e cair no sofá, de frente pra TV, tomando uma sopa pelando. E ali, na segunda ou terceira esquina da avenida, havia uma homem caído, coberto de papelões, levemente molhados pela garoa. Ele não tinha mais nada. Mais ninguém. Todos o haviam abandonado. Todos! Com exceção de um. Um cachorro todo surrado repousava ao seu lado. Não havia comida, nem água, muito menos um cobertor. O cãozinho não tinha nenhum atrativo pra estar ali. Seu único atrativo era o calor daquele homem. E sua companhia. Assim, ele não se sentiria sozinho. Eles, na verdade. Passei bem pertinho dos dois e por um instante, enquanto dormiam, sorriram pra mim, serenos. Virei-me e continuei meu caminho, invejando por alguns instantes, aquela amizade verdadeira.


Pra escutar enquanto lê


Raridade!

"(...) qualquer dia amigo eu volto a te encontrar, qualquer dia amigo a gente vai se encontrar"

domingo, 20 de março de 2011

Inspirado por um grande amigo, palavras de uma grande poetisa. 


"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre." 


(Adélia Prado)

sábado, 19 de março de 2011

Ah, o amor...

“matéria frágil é o amor, amor. por exemplo: uma bomba nuclear e ele já era. por isso todo casal deveria antes, durante e depois de tudo ser amigo. só a amizade e as baratas sobreviverão ao fim do mundo do amor[...]"

michel melamed (é, aquele mesmo de Capitu e de Afinal, o que querem as mulheres? - o cara além de ótimo ator, é ótimo poeta!)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Viver com medo...


O grito, Edvard Munch
Viver com medo é como apenas, sobreviver.
É como "sub-viver".
Não sorrimos por medo da violência. Não amamos por medo do desamor.
Não sonhamos por medo do amanhã. Não tentamos por medo do fracasso.
Não confiamos por medo do desengano. Não nos damos por medo da falta.
Não ousamos por medo da crítica. Não falamos de sentimentos por medo da vergonha.
Não possuímos por medo de perder. Não dizemos sim por medo do não.
O maior medo é justamente ter medo.
E viver com medo, é como não viver.
(Luiz Monaro Soares)


Para escutar enquanto lê:



"(...) Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez..." 
(Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis)

quarta-feira, 16 de março de 2011

1,3 milhão para um blog, Maria Bethânia?

É, nessas horas, os versos daquela velha música de um grupo de axé (pasmem!), caem direitinho aqui: "e o rico, cada vez fica mais rico/ e o pobre, cada vez fica mais pobre..."
Tudo bem que o motivo é bacana: levar uma dose diária de poesia à população!
Ohhhhh....


A ideia do projeto é criar "um calendário virtual, que apresentará ao público, 365 pílulas de pura poesia. Uma forma democrática e idealista de levar poesia para a vida das pessoas por meio da mais potente ferramenta de comunicação do mundo atual". O problema é que foi solicitado um valor de R$ 1.798.600,00 para o projeto... Claro que o nosso adorável Ministério da Cultura não aprovou esse absurdo! Palmas pra eles! 
Eles aprovaram só R$ 1.356.858,00! Só isso!


Eu, por uns 10% disso tudo, faria o dobro de pílulas diárias de poesia!


Claro que os internautas não perdoaram a mancada do MinC e mandaram ver nas críticas:  "Pô, Maria Bethânia, R$ 1,3 milhão em lei de incentivo para criar um blog? Não conhece wordpress.com?", indagaram os @blogueirosparanaenses, referindo-se à ferramenta de publicação gratuita Wordpress.


E o Lobão, fazendo campanha no Twitter, "Sugeriria fazermos uma campanha tipo: DEVOLVE ESSA P**** BETHANIA!!! (Lobão sempre mantendo a classe!)


Enquanto Maria Bethânia recebe quase 1,4 milhão de reais para um blog, outros artistas sofrem com a falta de recursos. O grupo Mombojó, de Recife comparou suas dificuldades com relação aos recursos públicos: "E pensar que foi uma dificuldade aprovar míseros 35 mil reais para fazer o nosso primeiro disco pela lei de incentivo a cultura..."


PS - Um internauta piadista criou no Blogspot (outra ferramenta de publicação gratuita) o " Blog da Bethânia (http://blogdabethania.blogspot.com) - um milhão de motivos pra você acessar".


Já que os blog andam em alta, será que o MinC não quer liberar uma verba para dar um up aqui no meu não?
Cairia bem hein!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Carnaval e futebol - o ópio do povo


Não tenho dúvida nenhuma, que muitos discordarão desse texto. Me criticarão por algumas ideias minhas. Mas, eu precisava expressar isso: Carnaval e futebol são somente atraso de vida ao Brasil. Geram dinheiro? Só para os ricos! Porque ninguém da minha família se beneficia com eles!



“Ah, mas você é fissurado por futebol!”, eu assumo e assino embaixo. Sou mesmo. Mas, sei distinguir o esporte de todo o resto da minha vida.

Torço, xingo, vibro, ultimamente mais me decepciono (Ô Palestra mio!) com o futebol. No dia seguinte, é bola pra frente que atrás vem gente. Algumas pessoas porém, acordam e dormem, em razão do futebol. E ainda pagam por isso! Dane-se o aumento irrisório do salário mínimo, enquanto o salário dos deputados aumentou 80%. Pra que me preocupar com o número de jovens que têm morrido por motivos fúteis em SP? E as enchentes? O caos na saúde pública? O que importa é que meu time ganhou! Viva o futebol! Rojões e um brinde à toda a nação!

Com o carnaval é a mesma coisa. Todo começo de ano é a mesma conversa: “o ano só começa depois do Carnaval.” Ou, “o duro é agüentar esse pequeno período entre o Carnaval e o Ano Novo.” E muitos levam a sério os ditados.

Milhões são gastos em patrocínio, em investimentos para as escolas de samba, em camarotes VIP, em bebidas e preservativos. Festa popular? Só se for pra gente popular. Artistas, sub-celebridades, atletas e afins.

Será que não há prioridades mais urgentes do que isso? Enquanto alguns comemoram a nota 10, que tiraram no quesito Harmonia, outros choram a falta dela. Mais jovens mortos em acidentes durante o feriado, mais crianças abusadas por monstros inescrupulosos, mais corrupção e violência. Mas, e daí? Os desfiles compensam tudo isso. As “musas” desnudas se exibem em trajes (?) mínimos e levantam a galera na arquibancada. UHU! Isso aqui é o paraíso!

Blocos e mais blocos de gente, se espremendo, correndo atrás de um maldito trio elétrico, com músicas super criativas. Apanhando de “cordeiros” e da PM, tendo a carteira roubada, sofrendo assédio dos mais variados tipos. Ah, vale tudo, é CARNAVAL!

Se os brasileiros se esforçassem em outras áreas, como o fazem com o Carnaval e o futebol, esse país seria bem melhor de se viver.

Nessa época da maior festa popular brasileira (nem brasileira ela é!), eu prefiro desligar a TV e escutar Legião Urbana e Paralamas, que sempre compartilharam da mesma opinião que eu:

“Vamos comemorar como idiotas, a cada fevereiro e feriado/ Todos os mortos nas estradas/ Os mortos por falta de hospitais...” ou “Oh, mundo tão desigual, tudo é tão desigual/ De um lado esse Carnaval, do outro a fome total...Oooooo”

Vamos comemorar pessoal!

Afinal, já acabou o Carnaval e o ano, enfim se inicia, no país do futebol.

quinta-feira, 10 de março de 2011

- Eu te amo!
Não foram poucas, as vezes em que eu disse isso, apenas por dizer.
Depois de um abraço, um beijo, um carinho. Era só um elogio a mais.
Eram como palavras mágicas. Para arrancar um sorriso. Ganhar mais afagos. Tornar-me apaixonante. 
Com o tempo, contudo, aprendi que não posso dizer sempre, "eu te amo".
São palavras fortes, como se fossem feitiço.
Se usadas de jeito equivocado, podem ter um efeito totalmente inesperado.
E eu, inocente (ou não!) que sou, aprendi tudo isso, vivendo-o.
Eu mentia.
Às vezes, nem sabia o que sentia lá no fundo. Mas não hesitava em soltar mais um, "eu te amo"
Se me arrependo disso? Talvez. Mas, com certeza, eu mesmo, também já ganhei muitos "te amo", falseados, floreados e fantasiados.
Fazer o quê? A vida segue e a banda continuará tocando.
E aí, me perguntam: "então, você já não diz mais, essas famosas palavras mágicas?"
E eu respondo: "sim, mais do que nunca!"
Oh! Então, continua o mesmo farsante e manipulador, que tenta tornar-se apaixonante através das palavras?, devem pensar as pessoas.
Eu rio baixinho e respondo só pro meu eu, "não, hoje eu digo eu te amo, sabendo de onde vem e para quem vai. Sabendo o que cada uma dessas 3 palavras significa. Hoje, sei que amor não se resume à uma palavra bonita, usada para enfeitar cartões de dia dos namorados ou poemas apaixonados. 
Aprendi o que é o "amor sentimento" e sinto-o cada dia mais forte dentro de mim."


(Luiz Monaro Soares)
"Vem cá morena,
E me dá tua mão.
Pois nessa noite, 
Enluarada,
Somos só nós,
Na multidão."

terça-feira, 8 de março de 2011

Música da boa - Vanessa Bumagny

Como costumo fazer aqui no blog, tento sempre apresentar novos artistas, de qualidade, que despontam aí no nosso cenário. Há um bom tempo bombando na Nova Brasil FM, Vanessa Bumagny lançou seu primeiro CD em 2003, "De Papel", e mais recentemente, em 2009, seu segundo CD, "Pétala por pétala".


Em breve, pretendo fazer uma entrevista com ela e conseguir mais detalhes sobre sua carreira. Enquanto isso, deixo 2 de suas canções para que vocês já possam apreciá-la.




Uma homenagem às mulheres!



Tudo bem que nos dias de TPM, precisamos de muita paciência pra agüentá-las. E bota paciência nisso!
Esperamos horas e horas, até que elas se produzam, troquem as roupas todas e se produzam de novo (o que no final, compensa todo o tempo de espera!).
Somos cobrados por mais atenção, carinho e colo...mesmo que já ofereçamos tudo isso, de maneira total. Às vezes, só mais um abraço já é o suficiente!

Mas...

O sorriso delas ao acordar, o carinho suave e gostoso, o abraço macio, o beijo apertado... nós homens não seríamos nada, sem vocês, mulheres!

Por isso, mesmo que de maneira bem simplória, deixo aqui no blog, minha homenagem a vocês, nesse dia 08 de março de 2011! Vocês merecem, isso, e muito mais!


"Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido...
E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.
E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha 
(...)
(Manuel Bandeira)


E uma das letras de música mais lindas que alguém poderia escrever. Pixinguinha, você é gêniooo!

"Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu

Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer."



Versão da Marisa Monte, afinal, é Dia delas né? 
(a versão do Melodia é igualmente incrível!)