terça-feira, 15 de junho de 2010

Pela imensa vastidão da estrada...


Pela imensa vastidão da estrada,
O sertanejo segue seu rumo.
Nas costas, a velha enxada,
Nos bolsos, um pouco de fumo.

Deixando pra trás sua terra,
Seu sangue, suor, sua vida.
Um filho, uma filha e a esposa,
Perderam a guerra temida.

Agora caminha sozinho,
E o sol lhe faz companhia.
De noite, se encosta num tronco,
E espera raiar o dia.

Não sabe pra onde ir,
Nem mesmo o que fazer.
O jeito é seguir em frente,
Tentando a vida viver.

Ou talvez, cave a própria cova,
Se deite e descanse em paz.
Mas logo, lhe vem à mente:
- Nem pense nisso rapaz.

Nem parece que é do Norte,
Destemido e corajoso.
Nunca teve medo da morte,
Muito menos do tinhoso.

Agora, confie em Cristo,
Nosso Pai Celeste, Amoroso.
Que lhe promete no Céu,
Um reino bem majestoso.

Com água em abundância,
Comida pra todos suprir.
Seus filhos vivendo a infância,
Que aqui não puderam sentir.

Sua esposa tranquila e serena,
Nas águas do rio se banha.
De longe sorri e acena,
E lhe diz, o quanto lhe ama.

Levante e seque o choro,
E nem pense em olhar pra trás.
Pois este não é seu tesouro,
Agora, você bem o sabe, rapaz!

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