sábado, 25 de julho de 2009

Mais uma crônica procês...

Reunião pra quê?

Reunião, segundo os dicionários é o ajuntamento de pessoas com propósito de discutir algum tema ou realizar alguma atividade.
Será?
Eu, particularmente, abomino reuniões!

Não as reuniões de amigos, pra matar a saudade, jogar conversa fora, se divertir.
Digo as reuniões de trabalho.
Ainda mais aquelas que têm hora pra começar, mas ninguém tem idéia de quando termina.

O ponteiro do relógio não se mexe mesmo que você fixe seus olhos nele por horas.

Depois de alguns minutos de reunião, naquela sala gélida, por causa do maldito ar-condicionado, as pessoas nem sabem mais o que fazem ali.

Uma fica desenhando coraçõezinhos no papel, fingindo anotar todos aqueles números projetados na tela.
O outro, nem pro telão olha mais. Já deve ter contado e recontado todos as rachaduras do teto da sala. E se alguém olha em sua direção, ele faz aquela típica cara de compenetrado, acena com a cabeça, disfarça.

Já perdi a conta de quantas vezes eu dormi em salas de reunião.

Baita vergonha quando você percebe que pescou por alguns segundos e todos na sala notaram.
Você coça a cabeça, mexe nos papéis em cima da mesa, anota algo, mas na verdade, o que você queria fazer era gritar pra todo mundo: “Que que vocês estão olhando hein!? Dormi mesmo! Puta negócio chato meu!”

Pior de tudo é quando fazem reunião para agendar outra reunião!

Você olha na agenda, mais uma daquelas reuniões “super-produtivas” do departamento.
As primeiras palavras do chefe são: “Pessoal, só marquei essa reunião pra gente ver quando podemos marcar uma reunião pra validar os materiais...”

Ah, tenha a santa paciência né?

Reunião pra marcar reunião!

Se Deus quiser, ainda faço uma campanha contra os chefes que vivem marcando reunião à toa. Parece que o trabalho deles é ficar olhando no calendário o dia inteiro, vislumbrando qual a melhor data e horário (pra eles, porque acaba sendo sempre o pior pra nós!) ele pode juntar todo mundo.

Ih, deixa eu parar por aqui, porque a reunião aqui já tá pra acabar!
Pra alguma coisa reunião serve né?



Desencanto

É incrível como alguns poemas retratam de maneira perfeita, nosso estado de espírito!

Desencanto (Manuel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um pouquinho de música...e de como ela mexe comigo!

As artes são formas que Deus encontrou de revelar sua Beleza.
E a música é uma delas.
Claro, boa música!

Não que eu tenha qualquer tipo de preconceito com algumas "músicas" que temos por aí (ok,ok, lá no fundo, eu tenho sim!).

Quem nunca se debruçou sobre aquela pilha de discos (digo discos, porque os tenho mesmo, na sala de estar) e viajou ao passado, relembrando de momentos inesquecíveis da vida?

E como um grande admirador do que há de bom na música, sou fã da nossa MPB!
A lista de intérpretes e compositores é praticamente interminável. Praticamente, porque tudo nessa vida tem limites!

Mas um cara que sempre me emocionou muito, com suas letras profundamente poéticas e que me fazem sonhar, muitas vezes acordado (em pé mesmo, indo ao trabalho de trem) é Flávio Venturini.

O cara é demais!!!

"Foi assim, como ver o mar
A primeira vez, que meus olhos,
Se viram no seu olhar"

Ou...

"Pode abrir a janela,
Noites com sol são mais belas
Certas canções são eternas
Deixa entrar o sol"

Lembro-me dos primeiros acampamentos que participei, da igreja em que congrego (a minha amada PIB de Mauá), quando cantávamos essas canções em nossas serenatas!
Ô tempo bom!

Hoje, ligo o rádio e preciso fazer um baita esforço até encontrar algo que preste.
Desculpem-me o termo, mas nossa música hoje tem muito LIXO!
Como seria bom ligar o rádio e saber, que ouviríamos algo da qualidade de Venturini.
Será que esses nossos "novos artistas", alguma vez, já escutaram Céu de Santo Amaro?

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu...Com ela veio a paz, toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você...

Meu amor..Vou lhe dizer
Quero você
Com a alegria de um pássaro
Em busca de outro verão
Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor nos invadiu...
Então...Veio a certeza de amar você...


Ô coisa boa de se ouvir, de se ler...
Clássico.
Pedra preciosa.
Hoje em dia, raridade.

Pena nossos jovens desconhecerem tamanha beleza.
Só posso dizer, Obrigado Venturini, por fazer parte, tão presente, da minha vida!

Dica: Procurem por Clube da Esquina (vocês vão se apaixonar!)

Até o próximo post!

Os 100 livros essenciais da Literatura Brasileira


Machado, Drummond, Bandeira, Guimarães...

Com tantos mestres assim, fica difícil eleger quais são as " melhores obras" de nossa literatura.
Mas, a Revista Bravo decidiu se arriscar! E fez uma lista com as 100 obras essenciais da Literatura Brasileira.

De modo geral, concordo com a eleição. Claro que há divergências!
Gosto é gosto e não se discute! Não é o que todos dizem?

Mas o que me causou espanto mesmo, foi o grande número de obras que eu desconhecia!
Mesmo sendo formado em Letras, são inúmeros os livros que eu ainda não li (prometo esforçar-me para lê-los, todos!) e mais ainda, são aqueles que eu nem conhecia! Principalmente, literatura contemporânea. Prometo que esses livros por mim desconhecidos, se tornarão assunto para futuros posts, tão logo eu os conheça um pouco mais a fundo.

Deixemos minhas frustrações de lado e vejamos os 10 primeiros da lista:

1 - Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis - INDISPENSÁVEL!
2 - Dom Casmurro, Machado de Assis - Êeee Capitu...
3 - Vidas Secas, Graciliano Ramos - Na minha lista de livros de cabeceira
4 - Os Sertões, Euclides da Cunha - Nunca tiver coragem de ler (que meus professores e nem meus colegas "letrados" leiam tal disparate!)
5 - Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa - Li trechos, mas nunca a obra completa. Tenho até uma edição comemorativa. Mas por nunca tê-lo lido na íntegra, muitos me questionam: "Como você se formou em Letras e nunca leu Grande Sertão? Nem eu sei como!
6 - A Rosa do Povo, Carlos Drummond de Andrade - Dispensa comentários! Valeu pai por ter me apresentado a Drummond!
7 - Libertinagem, Manuel Bandeira - Meu poeta predileto!
8 - Lavoura Arcaica, Raduan Nassar - Não li e nem vi o filme, mas me interesso cada vez mais em conhecer o clássico da Nassar
9 - A Paixão segundo G.H, Clarice Lispector - Clarice é sempre Clarice
10 - Macunaíma, Mario de Andrade - O nosso famoso anti-herói

E aí, concorda com esses 10 primeiros livros?

Encerro meu "pequeno" post, com um poema de Bandeira, que põe no papel, de maneira sublime, o desejo de muitos.

Último poema

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Abraços,
Luiz

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Li e recomendo!


O menino do pijama listrado


Você acha que já leu tudo sobre o holocausto?


E a visão de uma criança de apenas 9 anos, filho de comandante, inserido no olho do furacão?


Esse é o diferencial do livro.

Não vou contar tudo, pois como está escrito na própria contra-capa, é melhor deixar que você descubra o livro através da leitura em si. Qualquer outra coisa que eu escrevesse aqui, poderia atrapalhar sua diversão!


Não chorei como em O caçador de Pipas.

Mas o livro emociona.

Pela sutileza com que são colocadas as situações, os confrontamentos, os fatos.

Pela inocência.

Pela ingenuidade.

Pela realidade.


Não vi o filme ainda, mas o verei muito em breve!



Lendo agora: Foi apenas um sonho (Richard Yates)



Sobre como eu conheci o jazz...


Não me lembro quantos anos tinha.
Talvez 8 ou 9. Mas do resto, lembro-me com exatidão.
Passava todas as férias de janeiro, com meus irmãos, minha mãe e alguns amigos, num apartamento que tínhamos na praia.
Praia Grande.
Naquela época, não tão cheia como hoje.
Meu pai ia somente nos finais de semana. E quando estava lá, fazia questão de levar todos para almoçar num restaurante muito perto do nosso prédio.
Como falo de 1994, 1995, ainda não havia carros com DVD’s, MP3 e essas parafernalhas tecnológicas que adoramos!
Tinha apenas um toca-fitas.
E sempre que meu pai estava conosco, ele colocava uma fita que me hipnotizava. Eu não sabia o nome de quem cantava. Mas era colocar a música e eu o reconhecia.
A voz.
O piano.
E eu pedia pro meu pai sempre colocar aquela fita! Mesmo que aquilo entediasse meus irmãos!

Aquele que eu adorava, mas nem fazia idéia do nome, era Nat King Cole.

Cresci ouvindo Unforgettable, Mona Lisa, When I fall in love.

Foi assim que conheci o jazz. E me apaixonei.
Mesmo que não conheça muito, adoro o pouco que conheço.

E agradeço ao meu pai. Por várias coisas.
Entres elas, por ter me apresentado esse estilo maravilhoso.

Depois coloco algumas fotos e escrevo um pouco da minha experiência no Bridgestone Festival, com duas atrações espetaculares de jazz.


When I fall in love it will be forever
Or I'll never fall in love

terça-feira, 14 de julho de 2009

Minha meta para este ano é devorar a obra de C.S Lewis

“A vida intelectual não é a única estrada para Deus, nem a mais segura, mas sabemos que é uma estrada, e pode ser a que foi apontada para nós. É claro, assim será enquanto mantivermos o impulso puro e desinteressado”. (C.S. Lewis)


Pra quem não conhece ou nunca ouviu falar de C.S. Lewis, ele é o autor do famosíssimo As Crônicas de Nárnia, sucesso absoluto nas telonas!

O que muita gente não sabe é que Lewis é um dos escritores com temática cristã mais influentes do mundo, mesmo que por muito tempo, ele tenha considerado Deus, seu maior inimigo. Cabe aqui dizer, que nem todos os livros dele são cristãos!



Mas isso é aqui é só um aperitivo para meus futuros posts!

Pretendo me aprofundar muito na obra de Lewis, e com certeza, dividirei com vocês, minhas emoções durantes as leituras!

Eis aqui minha primeira crônica...

E quem diria?

Dia desses, estive no Rio de Janeiro, em plena segunda-feira, saindo do aeroporto Santos Dumont exatamente às 5 da tarde.
Mesmo que no meu íntimo, soubesse que sofreria com um baita engarrafamento, daqueles bem monstruosos, que nos deixam parados por minutos sem nenhuma expectativa de sair do lugar, eu, otimista que sou, na primeira lufada de ar com aquela sensação de maresia que tomei na cara, falei para o motorista (que por sinal, sequer se ofereceu para carregar uma das minhas malas!):
- Que diferença de clima para São Paulo hein?
- É, mas para onde você vai, não está essa beleza não!
Eu estava indo para a serra. Já sabia que lá estaria mais frio, que eu não teria aquele clima agradável de fim de tarde, mas aquele infeliz tinha de acabar com a minha graça?

Andei, sabe-se lá quantos metros com as malas na mão, e nada do grande companheiro me oferecer uma ajuda.
Quando sentei no carro, a confirmação!

- Meu amigo, vamos pegar um trânsito!
E a cara dele era pior do que os taxistas que costumam enfrentar as marginais em São Paulo, em plena 6 horas da tarde.
Ele coçava a cabeça, respirava fundo, meio que esperando uma confirmação minha.
- Que coisa não, foi tudo o que eu consegui dizer.
Já aborrecido pela prestatividade do meu caro amigo, pelo enorme trânsito que me esperava, pelo frio que me aguardava quando eu
chegasse ao hotel, mexia nas minhas coisas dentro da mochila, talvez buscando algo que me salvasse daquele tédio sem fim. Foi quando, de súbito, olhei pro lado e me vi, parado num engarrafamento às margens do Porto do Rio.
Alguns barquinhos seguiam a direção do vento fraco que batia na costa.
Ao fundo, a indescritível ponte.
Uma pincelada do homem, na obra-prima já pronta de Deus.
E um sol que eu jamais havia visto antes! Não era amarelo, nem vermelho. Tomava um tom alaranjado muito forte que contrastava com a suavidade daquele mar em calmaria.
Se meu caro amigo me dirigiu a palavra alguma vez durante aqueles meus momentos de transe, juro que não ouvi uma palavra sequer.
E foi melhor assim.
Não sei por quanto tempo fiquei a observar aquele retrato, sem dizer uma palavra, sem me mexer.
A cada piscada minha, era um pedacinho do céu que o sol caminhava, rumo ao seu descanso no fim do dia.
Por mim, aquele engarrafamento poderia durar horas a fio, que eu não ligaria. Mas logo (não tão logo assim!), os carros se dissiparam. Enfim, andamos um pouco e todas aquelas imagens ficaram para trás.
De volta à paisagem urbana, com traços, sons e cheiros já bem conhecidos.
Me veio então à cabeça, um desses ditados que os outros dizem mas que você nunca consegue aplicar em sua vida.
“Há males que vem para o bem.”

E não é que é verdade?

(Luiz Monaro Soares)

Não é apenas mais um blog sobre Cultura!

Tenha calma, humilde visitante, que adentra neste espaço pela primeira vez!

Juro a vocês, que não se trata de apenas mais um blog sobre Cultura!
Na verdade, não é nada disso! Recuso-me a chamar-lhe assim!

Trata-se em poucas palavras, de um espaço aberto à discussões sobre o que tem rolado de bom (e de ruim, afinal, devemos conhecer para criticar) nos caminhos da Cultura.

Me atreverei também a postar alguns textos de minha autoria! Mas, já aviso de antemão: paciência! Quem me dera ser um "gigolô das palavras", como nomeou o grande Veríssimo, em uma de suas divertidíssimas crônicas.

Enfim, fique à vontade para criticar, xingar, opinar e acima de tudo, ajudar a construir esse espaço a todos aqueles apaixonados por arte!

Espero vê-los bastante por aqui!

"A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda." (Luiz Fernando Veríssimo)

Lendo - O menino do pijama listrado
Muitos textos do portal Cristianismo Criativo (vale muito a pena visitar!)

Ouvindo - Thiago Grulha
Michael Jackson