Sábado, durante um trabalho de ação social, que realizei com a equipe de minha amada igreja, fiquei chocado com a realidade de pessoas que moram na mesma cidade que eu, pagam impostos, sonham, amam, se alegram, se entristecem, choram e riem, assim como eu!
Que estão ali, apenas esperando alguém que os escute, mesmo que não vá resolver todos os problemas. Mas, que lhes dê atenção. Carinho. Afeto.
Exclusão.
Essa é a verdadeira palavra.
Muitos ali, sequer sabem escrever o próprio nome.Vivem totalmente à margem da sociedade. E muitas vezes, se conformam com isso.
É nosso papel tentar mudar essa realidade. Mesmo que seja um degrau por vez.
Tomado por esse sentimento ainda bem vivo e latente em mim, decidi trazer algo bem interessante a vocês!
É o que conhecemos por A Arte dos Excluídos.
Enquanto muitos, se preocupam em escrever sobre a vida de um ex-BBB (desde quando, ex-BBB precisa nos contar a sua trajetória!?), outros, fazem da arte, uma ferramenta de aproximação do mundo "irreal" (mundo em que NÓS vivemos), com o mundo real (que nada mais é do que a realidade dessas pessoas esquecidas).
Através do cinema, da música e da literatura, são inúmeros os exemplos da Arte dos Excluídos.
Lá vão, portanto, algumas indicações minhas:
Vidas Secas (Graciliano Ramos)
Quem nunca leu e se emocionou com a história de Fabiano e de sua família, que deixam sua terra em busca de salvação? É impossível esquecer a cachorrinha Baleia, fiel escudeira da família, quem tem um capítulo no livro só pra ela!
Tem um filme também, de 1963, com o mesmo nome do livro, dirigido pelo brasileiro Nelson Pereira dos Santos.
Curiosidade - Foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca.
Os retirantes (Portinari)
O mestre Portinari representa nesse quadro, a necessidade que o povo tem de abandonar sua terra em busca de uma vida melhor. À primeira vista, parece algo mais caricato, mas o pintor, nada mais fez, do que retratar a realidade de um povo sofrido em busca de comida e água.
Quanto vale ou é por quilo? (Sérgio Bianchi)
Como diz a própria descrição do DVD, o filme mostra um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no fundo, semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica sócio-econômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pelas enormes diferenças sociais.
E na música, seria extremamente difícil citar alguns aqui, porque são muitos: o baião de Gonzagão que demonstra a realidade do sertanejo, as críticas de Chico Buarque e mais atualmente, o rap é talvez, um porta-voz das pessoas excluídas. Alguns com apelos mais violentos, é verdade, chegando até a fazer apologia ao crime, mas a maioria denunciando as péssimas condições dos moradores da periferia.
Isso também é arte!
A demonstração da realidade do povo!
Um grande abraço a todos,
Luiz!
ResponderExcluirA questão da carência realmente angustia. Entristece.
Falo dessa mesma carência que você: de atenção, de carinho, de afeto.
Porque as tantas outras – educação, saúde, habitação, cultura – já cansaram de entristecer. Calejaram. E mantêm-se ali, bem ao lado – quando não “embaixo do nosso nariz”, firmes e fortes (quase tanto quanto a luta diária dessas pessoas pela dignidade).
O que dizer, se não: “Living is easy with eyes closed / Misunderstanding all you see”...
Parabéns pela atitude, de visitar essas famílias e tentar amenizar, de alguma forma, esse sentimento de exclusão.
Congrats também pelo blog!!!
Abraço!