domingo, 25 de abril de 2010

Quando entramos no quarto,
naquele domingo à noite,
já sabia o que nos esperava.
Naquele quarto,
sorrimos juntos,
choramos,
crescemos,
renascemos.
Daquela vez, seria diferente.
Quando você começou a falar,
encostei-me num travesseiro,
pois sabia que aqueles momentos não seriam fáceis.
Olhando para o teto,
reparei em rachaduras, tão pequeninas,
que formavam caminhos sinuosos.
Será que elas já estavam lá antes
ou será que as rachaduras partiam de mim?
Foi quando você disse,
- É por isso que quero terminar.
As lágrimas rolaram mais fortes,
mais pesadas.
E as rachaduras,
viraram uma coisa só.
Permaneci imóvel,
com a cabeça voltada para o teto.
Não tinha reação.
Quando abri os olhos,
As rachaduras não estavam mais lá.
Sei que elas não sumiram,
apenas se juntaram àquelas que eu trazia comigo.
Você também trazia lágrimas nos olhos,
na alma,
no coração.
E o melhor a fazer era justamente,
o que você fez.
Me deixou ali,
Sozinho com minhas rachaduras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário